Acabei de ver o documentário Searching for Sugar Man. O filme retrata brilhantemente, quase como um thriller investigativo, uma das histórias mais sensacionais da música contemporânea: a de Sixto Rodriguez, uma espécie de Dylan mexicano que gravou dois discos no início dos anos 70 em Detroit. Destinados à mais completa obscuridade nos EUA, os discos fizeram um sucesso enorme na África do Sul (e só lá), na mesma época.
Mais tarde, alguns sulafricanos se surpreenderiam ao saber que o artista é um desconhecido na América. Dois deles tentaram, nos anos 90, saber mais sobre Rodriguez. Eles não tinham mais nenhuma informação sobre o músico além de um nome, uma foto na capa, e histórias desencontradas sobre sua morte.
Qualquer coisa que eu diga além disso será, fatalmente, um baita spoiler. A única coisa que posso dizer é: assistam. Tem o potencial de mudar a visão atual sobre o que é a arte e quem é o artista.
Vim a saber agora que o filme ganhou o Oscar de melhor documentário em 2012. O reconhecimento devido a uma grande obra me alegrou, só para logo em seguida eu me deparar com a informação de que seu jovem diretor, Malik Bendjelloul, se matou em maio passado, com 36 anos.
Malik e Sixto, muito obrigado por embelezarem o mundo com grande arte.