28 de junho de 2008

Pelas barbas de Deckard Cain!

Você lembra disso?

Gostava disso?

Então veja isto!



Um bárbaro encara a patota demoníaca. Blizzard, eu te amo...

12 de junho de 2008

Musa no Brasil!

Declare this an emergency
Come on and spread a sense of urgency
And put us through...


Melhor notícia do ano: dia 31/07 vai ter Muse em São Paulo.

Apocalipse, por favor:



Só falta o Radiohead vir também este ano. Aí é ouvir e morrer. Há!

Desastre na Ilha

Carlinhos Bala falou, Carlinhos Bala avisou:

"Foi o gol do título"

10 de junho de 2008

Olha o processo!

Destaque da Folha Online, neste momento.

Destaque da Folha Online, há 10 minutos.


É isso o que eu chamo de acertar errando.

6 de junho de 2008

O tempo vai passando, a idade vai chegando...

"... e o pior é que outro dia eu fui ver, agora o bicho não cresce nem mais do que isso, ó."

Fernando Teixeira da Silva, historiador do movimento pélvico operário, autor de A Carca e a Curra, uma estória de estivadores marombeiros lésbicos santistas.
Grande abraço, professor!

5 de junho de 2008

Ensaio sensual sobre a cegueira










Agora há pouco, deu na Folha Online (com trocadilho):












Acompanhe abaixo, em primeira mão (com mais trocadilho ainda), algumas fotos do enlouquecedor ensaio sensual da Mulher Invisível.



No sofá, provocante:




Desinibida à beira da piscina:




E em clássica posição sobre o capô do esportivo:



Confira já nas bancas! Também em braile e fita cassete.

yes you can

Logo abaixo, você encontrará um vídeo da campanha de Barack Obama, o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos. A coisa continua extra-oficial graças à postura incompreensível da campanha de Hillary Clinton. "É como se o Vasco, depois de ser derrotado pelo Flamengo na decisão estadual, decidisse comprar uma taça no armazém da esquina e desse a volta olímpica em torno de São Januário. É inacreditável.", diz o Idelber no Biscoito Fino, cobrindo essas eleições in loco (corra para este post).

Comecei a acompanhar com bastante atenção as eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2000, o ano do golpe da direita corporativo-carniceira na Flórida, o ano que levou o almofadinha com cara de chimpanzé ao trono do salão oval. Desde então, de todos os candidatos, nem Gore, nem Kerry, e nem mesmo Hillary me pareceram alternativas que empolgassem mais do que pelo simples fato de oporem-se à patota de Cheney, Rumsfeld, Condoleeza, etc.

Obama parece ser um pouco diferente.

O vídeo acompanha tradução, de minha responsabilidade, baseada nesta transcrição. Apreciaria sugestões de gente mais qualificada no assunto (Aline?).




Foi um credo escrito nos documentos de fundação que declararam o destino de uma nação.

Sim, nós podemos.

Foi sussurrado por escravos e abolicionistas enquanto trilhavam o caminho para a liberdade.

Sim, nós podemos.

Foi cantado por imigrantes assim que chegaram de praias distantes e pioneiros que avançaram a oeste contra uma natureza impiedosa.

Sim, nós podemos.

Foi o grito de trabalhadores organizados; mulheres que alcançaram as urnas; um presidente que escolheu a lua como nossa nova fronteira; e um King que nos levou ao topo da montanha e apontou o caminho para a Terra Prometida.

Sim, nós podemos ter justiça e igualdade.

Sim, nós podemos ter oportunidade e prosperidade.

Sim, nós podemos curar esta nação.

Sim, nós podemos consertar este mundo.

Sim, nós podemos.

Sabemos que a batalha pela frente será longa, mas lembrem sempre que, não importa quê obstáculos apareçam em nosso caminho, nada pode barrar o poder de milhões de vozes clamando por mudança.

Fomos avisados, por um coral de cínicos, que não podemos fazer isso... eles apenas vão gritar mais alto e ficar mais dissonantes... nos pediram uma pausa para cairmos na real. Fomos alertados sobre oferecer às pessoas desta nação uma falsa esperança.

Mas na história incomum da América nunca houve nada falso sobre a esperança.

Agora as esperanças de uma garotinha que frequenta uma escola caindo aos pedaços em Dillon são os mesmos sonhos de um garoto que aprende nas ruas de LA; nós lembraremos que há algo acontecendo na América: que nós não estamos divididos como sugerem nossos políticos, que nós somos um único povo, uma única nação, e juntos iniciaremos o próximo grande capítulo da história americana com três palavras que vão vibrar de costa a costa, do mar ao brilhante mar...

Sim. Nós. Podemos.



PS: Até Mahmoud Ahmadinejad saindo da boca de Scarlett Johansson soa bonito. Parafraseando Jerry Seinfeld, se ela dissesse prum sujeito "you have cancer", este diria, ajeitando o colarinho: "really? sounds pretty good".

2 de junho de 2008

Identidade

É sempre assim: desde o instante em que a revê até o instante em que a
reconhece tal como a ama, ele tem um caminho a percorrer. Desde seu primeiro
encontro, na montanha, ele teve a oportunidade de se isolar com ela quase
imediatamente. Se, antes desse único encontro a sós, ela a tivesse encontrado
muitas vezes tal como ela era com os outros, teria reconhecido nela o ser amado?
Se ele a tivesse conhecido apenas com o rosto que ela mostra a seus colegas, a
seus chefes, a seus subordinados, teria ficado comovido e maravilhado com esse
rosto? Para essas perguntas, ele não tem resposta.

[...]

A frase de Chantal ecoava-lhe na cabeça e ele imaginava a história do seu
corpo: ele estava perdido entre milhões de outros corpos até o dia em que um
olhar de desejo pousou sobre ele e o tirou da multidão nebulosa; em seguida, os
olhares se multiplicaram e incendiaram esse corpo que desde então atravessa o
mundo como uma tocha; é o tempo de uma glória luminosa, mas, logo, depois, os
olhares vão começar a escassear, a luz se apagará pouco a pouco até o dia em que
esse corpo, translúcido, depois transparente, depois invisível, irá passear
pelas ruas como um pequeno nada ambulante. Nesse trajeto, que leva da primeira
invisibilidade à segunda, a frase "os homens não se viram mais para olhar para
mim" é a luzinha vermelha assinalando que a extinção progressiva do corpo
começou.

Por mais que dissesse que a amava e a achava bela, seu olhar amoroso não
podia consolá-la. Porque o olhar do amor é o olhar do isolamento. Jean-Marc
pensava na solidão amorosa de dois seres velhos que se tornaram invisíveis para
os outros: triste solidão que prefigura a morte. Não, o que ela precisa não é de
um olhar de amor, mas de uma inundação de olhares desconhecidos, grosseiros,
concupiscentes e que pousam nela sem simpatia, sem escolhar, sem ternura nem
polidez, fatalmente, inevitavelmente. Esses olhares a mantêm na sociedade dos
humanos. O olhar do amor a exclui.


Preparado o cenário de uma mulher em decadência física e seu companheiro que não resiste à compaixão, Milan Kundera leva essas suas duas crias, Chantal e Jean-Marc, a seu lugar preferido: o terreno dos mal-entendidos amorosos.

O real também pode ficar mais palpável, compreensível, inteligível, graças à ficção.

A Identidade, de Kundera, está esgotado.

De onde você vem?