31 de março de 2010

Small time crook

Estava eu numa aprazível, elegante e chic unidade de uma conhecida rede de supermercados quando, passando pela gôndola de queijos, avistei um gorgonzola apetitoso. Estava a fim de gastar um pouquinho a mais para ter um raro prazer e decidi comprar o gorgonzola. Porém, como minha situação financeira está se recuperando ainda mais lentamente do que a malfadada economia americana, me pus a escolher o queijo mais barato. Já identificado o gorgonzola com preço por quilo mais em conta, passei a procurar um que tivesse um pedacinho mais leve. Foi então que deparei-me com uma questão moral.

Achei um pedaço que tinha um preço estranhamente abaixo do normal. Enquanto a maioria custava sete, oito reais, aquele sairia por dois reais, era o que a etiqueta me dizia. Encafifado, procurei uma resposta (marca diferente? validade em cima? queijo estragado?), que logo achei: algum funcionário desatento tinha pesado aquele delicioso queijo gorgonzola como mussarela. 14,90 o quilo. O gorgonza é o triplo do preço. E ainda estava escrito na etiqueta: queijo mussarela. Que anta!

Era como levar picanha pelo preço de acém. Logo, o Gerson que existe dentro de cada um de nós passou a buzinar no meu ouvido. De pronto, presumindo que a besta quadrada não tinha cometido o erro com apenas um único pedaço, comecei a procurar outros espécimes anômalos de mussarelas com alma de gorgonzola e, para minha surpresa, achei mais quatro deles, a coisa de dois reais cada. Rapidamente, enfiei os queijos na cestinha.

Gerson diz que é preciso levar vantagem em tudo. Eu raramente levo vantagem em alguma coisa. Sou um sujeito meio cagado. Se eu compro um som pro meu humilde corsinha, em até dois meses vem um babaca e leva meu som embora, deixando uma porta torta de lembrança. Se é um notebook, em até dois meses o lazarento dá pau. A polícia rodoviária me parou uma vez na estrada e apreendeu meu carro justamente numa noite em que estava me encaminhando para um encontro amoroso. Entendeu? O universo anda levando mais vantagem sobre mim do que eu sobre ele.

Além dessa justificativa auto-complacente, encontrei outras tão poderosas quanto. Por exemplo: este funcionário pesou o queijo errado porque, provavelmente, estava cansado, ou melhor, extenuado após horas e mais horas de trabalho, um trabalho mecânico, desinteressante, desumano, ganhando quinhentos reais por mês e nunca tendo a chance de sequer provar o gosto de um queijo gorgonzola. Enquanto isso, o dono deste supermercado, graças à extração da mais-valia do pobre coitado fatigado e desatento, já teria comido os melhores gorgonzolas do mundo e, se não fosse fã, teria comido os melhores parmesões e outros queijos mais caros que não sei o nome do mundo. Não, merecia mesmo o górpe este abastado explorador, provavelmente rotundo de tanto comer queijo caro às expensas do trabalho suado do funcionário pesador de queijos e do lucro aferido diversas vezes nas minhas costas de consumidor. Mesmo porque 14,90 por um quilo de mussarela, afinal, já é uma exploração.

Enfim, com os os cinco gorgonzas na cesta, me mandei pro caixa. No caminho, construí a estratégia da defesa caso o caixa tivesse atenção na proporção inversa da do sujeito que pesou o queijo: estava escrito ali o preço, e se o preço está ali é porque o queijo custa aquilo. Não senhor, eu não vi que estava escrito mussarela. Mesmo assim, é direito do consumidor. Eu sou obrigado a ler tintim por tintim as informações da etiqueta? Eu leio é o preço. E, pôs o preço, é aquilo e acabou. Vou pagar doilão por cada queijo ou chamo o procon.

Cheguei em casa com os cinco pedações do delicioso gorgonzola e foi uma glória. Eu era o homem honesto mais esperto do mundo e minha mulher, a mulher do homem honesto mais esperto do mundo. Afinal, há quem, sem precisar, enfiaria o mesmo queijo no casaco e sairia do mercado assobiando, na maior. Não, isso eu jamais faria. Sou um homem honesto.

Qual uma família proletária inglesa do século XIX com um pedaço de carne de segunda na mesa, rapidamente lambuzamo-nos no extraterreno queijo. E havia ainda mais quatro pedaços.

Acabo de comer, agora, uns quatro dias depois do episódio supra-relatado, o penúltimo pedaço de gorgonzola. E, sabe, ele não desceu tão divinamente bem quanto os primeiros. O último pedaço está ali na geladeira olhando pra mim, e eu olhando pra ele, e a gente (eu e o pedaço) não sabe o que faz, não. Ele (o queijo) parece me olhar com reprovação. Não gosto disso. O mundo já me olhou com reprovação faz um certo tempo, quando cometi uma filhadaputice escrota. Não, não foi nada que envolvesse apropriação indébita, corrupção, sonegação de impostos - nada material. Mas não gosto do jeito que aquele queijo está olhando pra mim.

E agora, o que eu fiz? Tem culpa eu? Am I evil? O que eu faço? A única coisa que eu não vou fazer é voltar pro supermercado com o último queijo e, com muito boa e autêntica intenção, avisar ao mui honorável gerente daquela casa de que eles cometeram um erro e, ao percebê-lo, lá estou para retornar a mercadoria e pagar por ela o preço justo. Aí é ser hipócrita, e isso eu não sou.

29 de março de 2010

Um dia nas corridas (3)

Tinha me esquecido de colocar o vídeo de corridas no domingo de corridas.



Video de 1999. Rubinho tinha acabado de assinar com a Ferrari para ser companheiro de Schumacher. Os dois dominaram uma prova de kart no final daquele ano. Apesar da disputa feroz, o primeiro e o segundo colocados você pode prever com facilidade.

28 de março de 2010

2 - Austrália (treino e corrida)

Em Melbourne, a largada costuma ser confusa. Não é, Ralf?


Ok, não tenho muito tempo, mas cá estão meus pitacos sobre esse fim de semana espetacular da Fórmula 1 em Melbourne.

No sábado, as três coisas mais importantes foram: a) a segunda pole do Vettel; b) os 0.7s que Massa engoliu do Alonso; e c) Schumacher ter diminuido a diferença entre ele e Rosberg para coisa de um décimo.

No domingo, a corrida, todos sabem, foi sensacional. Eu estava na torcida por Vettel que, sozinho, escapou, jogando a vitória e 25 pontos no lixo. O "menino Vettel" está lembrando muito a primeira parte da carreira do Senna. Tem um carro muito rápido na mão mas pouco confiável (ele colocou a culpa num problema de freio). É, aliás, um piloto muito rápido mas ainda pouco confiável (desconfio que tenha sido erro dele). Como Senna nos dois primeiros anos de Lotus. As poles vêm, mas os resultados finais não chegam na mesma proporção. É divertido torcer pra ele.

A Red Bull de Vettel terminou com um resultado desastroso para quem dominou a primeira fila nos treinos. Webber foi um dos que, lá atrás, criaram o espetáculo. Ultrapassou litros e, no final, estampou o coitado do Hamilton numa briga insana para ultrapassar Fernando Alonso. Acabou em nono.

Alonso, por sua vez, fez uma corridaça. Se envolveu num salseiro na primeira curva e caiu para último. Em pouco tempo, estava na briga e se aproximando do companheiro de equipe, que vinha fazendo uma corrida chocha, pra dizer o mínimo. No final, estava andando mais do que Massa, muito mais, mas resolveu não atacar para manter a política da boa vizinhança e acabou muito pressionado por Hamilton. Impressionante, o Alonso.

Mais impressionante ainda, no entanto, foi o Hamilton. Fazendo jus ao seu rótulo de showman, Lewis arriscou muito e pareceu andar acima do limite o tempo todo. Entre as incontáveis ultrapassagens, várias tentativas frustradas que o fizeram perder posições e atacar novamente. Não merecia ter saído no final.

Massa chegou em terceiro. Para o Galvão, foi um dos que fizeram uma corrida heroica. Heroica? Massa foi o Prost do dia - ou seja, não teve nada de heroi, mas trouxe resultado. Primeiro, contou com a sorte, algo que sempre beneficiou o rabudo e narigudo francês. Largou em quinto, mas após a primeira curva estava em segundo. Caiu para quinto, inexplicavelmente, nos boxes, e não conseguiu pressionar os que estavam à frente. Logo estava sendo pressionado por Alonso, que só não o atacou em deferência à equipe. Alonso teria conseguido pressionar Kubica e, talvez, chegar em segundo. Não tem nada de heroico na corrida do Massa. Andou como uma tartaruga conservadora e foi o mais beneficiado no resultado geral, pois se manteve em segundo no campeonato, ainda mais próximo de Alonso.

Enquanto Massa foi meio mais ou menos, os dois primeiros fizeram uma corridaça. Button deu um pulo do gato ao ser o primeiro a colocar slicks. Com a corrida já bem estragada por causa do acidente inicial com Alonso, arriscou. Geralmente, isso dá cagada. Pensei que ele tivesse se dado mal, pois já na primeira curva foi parar na área de escape. Mas depois começou a virar muito rápido e consistente. E, graças ao erro do Vettel, ganhou a corrida de presente.

Kubica foi simplesmente genial. Fez uma daquelas corridas em que ninguém consegue explicar como é que, com aquele carro, o sujeito conseguiu se manter lá na frente, num ritmo até aceitável. Todo mundo diz que ele é gênio. Nunca vi nada realmente excepcional ali, mas pode ser que estejam todos certos. Precisa ir para uma equipe grande, urgentemente.

Schumacher continua o calvário de readaptação. Ficou a corrida inteira atrás de Alguersuari, e chegou nos pontos apenas na última volta. Ele deve estar pensando nas motos, nas crianças, na Corina, e em porquê raios foi aceitar voltar pra essa pocilga altamente competitiva. Acho que ele pega o boné no fim do ano, agradecendo a todos pela brincadeira de ter voltado a sentar a bunda num F1, mas dizendo que prefere passar os fins de semana caindo de moto do que sofrer pra passar gente do naipe de Alguersuari e De la Rosa.

Enfim, uma corrida de verdade.

25 de março de 2010

Senzala

I´m ahead
I´m the man
I´m the first mammal to wear pants
I´m in peace with my lust
I can kill ´cause in God I trust
It´s evolution, baby

Pearl Jam, Do the Evolution


Acabo de voltar do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, em Araras, onde tive a honra de dividir a aula da manhã na pós-graduação em Agricultura e Ambiente com Leonor Assad.

Pra mim, foi excelente. Obrigado pelo convite, Leonor. Devo agradecer, também, à paciência dos alunos, que enfrentaram algumas questões abstratas propostas por este que escreve, sobre a historicidade em torno da natureza e do progresso, e viagens afins. Aprendi horrores sobre um monte de coisa com os alunos e, claro, com a Leonor.

Mas escrevo este post, principalmente, pra dizer que entrei numa senzala do século XIX, pela primeira vez na vida. Abri o portão do século XIX, virei dobradiças do século XIX, toquei em paredes do século XIX, o século da razão, da ciência, do progresso, do otimismo da humanidade consigo mesma. Humanidade que, mesmo assim, permitiu parte de si continuar escravizada, pois, oras, era gente da parte inferior, menos civilizada, bárbara, selvagem, enfim. Conheci também a não menos impressionante casa-grande, que abriga a diretoria do CCA. Nela, as paredes tinham mais de meio metro de largura. Linda, a casa-grande. Onde morava a família do senhor, pois, oras, era gente de verdade, da parte superior, mais civilizada, culta, evoluída, graças a Deus e a Nosso Senhor Jesus Cristo, distante da natureza, da animalidade, da irracionalidade, enfim.

Hoje mesmo, o Excelentíssimo Ministro da Educação apareceu por lá para inaugurar, em sessão solene, a nova biblioteca do campus. Já a senzala da fazenda da UFSCar de Araras, infelizmente, virou uma espécie de depósito de quinquilharias e precisa urgentemente ser tombada como patrimônio histórico, transformada em testemunho do horror, em memória permanente daquilo que nunca deve ser esquecido. Há um projeto da universidade pronto para isso, mas faltam pessoas especializadas em conservação e restauro desse tipo de construção.

Foi uma sensação inspiradora e terrível, ao mesmo tempo, estar dentro daquele antigo depósito de escravos. Minha imaginação voou para um lugar desconfortável, onde vidas passaram, e passaram sem que tivessem a chance de escapar dos escombros da história humana.

O Anjo da História, parece, está mesmo fadado a perder sua batalha.

Um golaço (4)

A Argentina de 2006 jogando por música contra a forte Sérvia.

Foi 6 a 0, fora o baile.

23 de março de 2010

Uma noite na ópera (3)

Diria Alex: Ludwig Van é pura ultraviolence.

Moonlight Sonata, 3o. movimento. Foi a música da semana.

Daniel Barenboim:



Murray Perahia:



Wilhelm Kempff:



Tem outros grandes pianistas que tocaram essa peça. Horowitz, Rubinstein, Schiff... Mas, e aí? De qual desses três vocês acham que é a melhor interpretação? É pau a pau, mas eu fico com a do Murray, que foi a primeira que eu ouvi.

PS. Aqui, o próprio Ludwig Van a caricatura mal-feita de Ludwig Van impressionando uma aluna muito, digamos, aplicada. Alguém consegue imaginar quê interesse ele tinha em fazer isso?

21 de março de 2010

O ídolo e a turba


A efeméride está quase indo embora, e jurei pra mim mesmo que não ia comentar nada sobre o assunto.

Hoje, está em todos os lugares, mas não mais daqui a uma semana.

Senna completaria 50 anos neste 21 de março de 2010, destacam os jornais, as televisões, os sites, os blogs, os twitters.

Vejam o que zombar do culto e mexer com a imaculada imagem de um herói nacional pode causar. Flávio Gomes escreveu um texto que lembra os 50 anos de nascimento do piloto, mas pedindo uma aproximação menos emotiva sobre as lembranças do desaparecido. O jornalista não tocou em nenhum defeito do piloto (que são, obviamente, muitos), não lembrou de nenhum fato desabonador (dentro ou fora das pistas). Mesmo assim, já são mais de 2.000 comentários de bombardeio nacionalista e beato contra Gomes, que está se divertindo com a celeuma toda.

Keller Arpis, que morreu com apenas 26 anos de idade, também a bordo de um automóvel, dizia: se eu morrer hoje, amanhã faz dois dias.

É.

Lá se vão 16 anos, de Ayrton, e 24 anos, de Keller.

20 de março de 2010

Toma essa, porcada!

Parmêra 0 x 2 Macaca. Fora o pênalti perdido.

Dois monstros apareceram, de novo, no time da Ponte. O zagueirão Diego e Eduardo Martini, o Gordon Banks brasileiro.

É a pista, cazzo!

Ainda sobre o problema da falta de ultrapassagens na F1, Flávio Gomes colocou a culpa na pista do Bahrein. É um ponto de vista válido. As mudanças feitas para esse ano conseguiram piorar uma pista que já era de uma mediocridade ímpar (incluíram um trecho grande de curvas de baixa).

O duro é que, olhando para o calendário, somente umas quatro pistas são capazes de produzir grandes corridas em condições normais de temperatura e pressão. A nova Silverstone talvez surpreenda positivamente, assim como a grande incógnita do ano: o GP da Coréia do Sul.

18 de março de 2010

As Voyager muito perto do espaço interestelar

Este texto é um trecho de uma matéria de Danielle Peck, da BBC, produtora da série Wonders of the Solar System.

Como a tradução é minha, os erros e distorções estão todos por minha conta.

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O vento solar se expande pelo espaço, criando uma vasta bolha que cerca o Sol chamada heliosfera.

Além dela, está o espaço interestelar. Até agora, essa bolha continua sendo em grande parte teórica, mas a humanidade está a um passo de cruzar as fronteiras dessa bolha e deixar para trás o império do Sol.

Mais de 30 anos atrás, as duas espaçonaves Voyager foram lançadas na Grand Tour - uma missão para explorar os planetas externos do Sistema Solar.

Elas passaram por Netuno (agora oficialmente o mais externo dos planetas) em 1989, e continuaram a viajar para longe do Sol a mais de 60.000 km/h desde então.

O cientista Dr. Ed C. Stone tem feito parte do time Voyager desde antes das sondas serem lançadas em 1977.

"Quando eu comecei com a Voyager, minhas duas filhas eram jovens e quando elas entraram na faculdade, nós já tínhamos passado por Saturno no caminho para Urano. Minhas filhas casaram-se e a Voyager continuou indo", diz orgulhosamente Dr. Stone.

"É maravilhoso ser parte de uma missão que ainda está explorando quando já tem 33 anos de existência. Ela ainda está indo onde nenhuma espaçonave foi antes".

A cada ano, as sondas viajam mais do que três vezes a distância entre a Terra e o Sol. Por 33 anos, elas continuam viajando com o vento solar. Elas ainda não deixaram o território do Sol - mas estão chegando perto.

Agora, as sondas estão cerca de 16 bilhões de quilômetros da Terra. A esta distância, suas mensagens demoram 15 horas para chegar até aqui, e recentemente essas mensagens começaram a dizer algo particularmente interessante.

As sondas detectaram uma mudança notável no comportamento do vento solar - os primeiros sinais de que ele está sendo empurrado de volta pelo meio interestelar que permeia a galáxia da Via Láctea.

As sondas Voyager nos contaram que vão, logo, escapar da heliosfera.

Será a primeira vez que um objeto feito pelo homem cruzará a fronteira para o espaço interestelar, mas a heróica jornada das Voyager não acabará aí.

As sondas têm energia suficiente para continuar fazendo algum tipo de trabalho científico pelo menos até 2025. Até lá, nós teremos entrado numa nova era de exploração.

A era da exploração do espaço interestelar.

Um golaço (3)

Esse vídeo tem os 3 gols da Ponte, na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético Mineiro, no Majestoso, pelo Campeonato Brasileiro de 2000. O terceiro deles é o golaço. Marco Aurélio, do meio de campo. Um detalhe é o estádio pegando fogo, justificando sua fama de caldeirão. É triste comparar La Bananera, por exemplo, com o que vimos ontem.

Esse time jogava muito (tinha Washington e Mineiro: ambos foram chamados para a Seleção, várias vezes) e, em casa, era praticamente imbatível. Acabou caindo no mata-mata contra o Grêmio, graças ao regulamento ridículo da então "Copa João Havelange". Por ter terminado a primeira fase na frente, a Ponte teria que ter a vantagem do empate. E tinha: só que apenas em caso de dois resultados iguais nos dois jogos. O primeiro critério de desempate era a quantidade de gols fora de casa. A Ponte perdeu por 1 a 0 no Olímpico (gol de Ronaldinho, de falta), venceu em Campinas por 2 a 1 e, mesmo com melhor campanha do que o Grêmio, acabou eliminada no 2 a 2 agregado pois tomou um gol em casa.

17 de março de 2010

Átomos pelo meio-ambiente

Na New Yorker, um texto sobre como o aquecimento global bagunçou as opiniões sobre a produção de energia nuclear.

Primeiro, as usinas nucleares surgiram como utopia da energia barata e praticamente inesgotável. Depois, sofreram ataques dos ambientalistas, e o desastre de Chernobyl pareceu sepultar a alternativa. Agora, alguns dos mesmos ambientalistas que crucificaram a energia atômica enxergam nela a salvação da humanidade.

16 de março de 2010

Tá explicado

Consultor da Red Bull diz que Mercedes não quis fornecer motores por medo da competição.

E tiveram que continuar com os fracos e problemáticos Renault.

Uma noite na ópera (2)

Não quero parecer pedante. Não quero parecer ter uma cultura que não tenho. Não conheço muito mais sobre música clássica do que algumas coisas que vinham naqueles discos da revista Caras (credo!), Jóias da Música, que minha mãe comprou no começo dos anos 90.

Por exemplo, o título desses posts sobre música é trivial: é o nome de um grande álbum do Queen (assim como o “Um dia nas corridas”). A formação do meu ouvido musical é guiada quase inteiramente pelo rock (ou melhor, por uma parte do que é considerado rock – não conheço quase nada de Beatles, por exemplo). Não sei nada de ópera. Não conheço nenhuma e estou à espera do meu amigo Robson Buck me ensinar a ouvir Carmen de Bizet, que ele diz ser uma maravilha. Se eu ouvir agora, sem qualquer preparo, vou me perder nos primeiros 30 segundos e a experiência não terá muito sentido.

Mas um dia assisti a um vídeo das palestras do maestro e compositor norte-americano Leonard Bernstein, o cara que concebeu os tais “concertos para a juventude”. A apresentação didática de Bernstein sobre o primeiro movimento da Sinfonia 40 de Mozart, explicando a mozarteana ambiguidade entre imaginação cromática e contenção diatônica, estourou meus miolos (essa expressão não funciona muito bem traduzida, né?). Comecei a perceber (ou pensar perceber) sutilezas nessa conhecidíssima e popular peça musical. Graças a Bernstein (e a Norbert Elias e Peter Gay, dois intelectuais peso-pesado que se dedicaram a entender algumas das dimensões sociais e históricas da vida de Mozart), estou começando a realmente desfrutar do prazer de ouvir a beleza nesse tipo de música.

Naquele mesmo vídeo, Leonard explica uma inspiradíssima idéia mozarteana presente no quarto movimento da 40 (a partir dos 8 minutos). No vídeo abaixo, com o quarto movimento sendo conduzido por Karl Böhm, a ideia está na passagem entre 1:51 e 2:01. Nesses 10 segundos, Mozart colocou todas as notas da escala cromática, menos a nota tônica, G ou sol. Bem no meio de um movimento em que tudo parece estar perfeitamente no lugar, Mozart joga um trecho que fica entre o esquisito e o desconfortável. E porque parece assim tão diferente? Pois está faltando algo, justamente a tônica, que daria ordem ao aparente caos. Nossos cérebros sequer precisam de qualquer teoria musical para perceber que está ali um trecho muito diferente do resto. E que torna a experiência ainda mais enriquecedora.

Bom, vou deixar de falar sobre algo que não sei explicar. Fiquem com o delicioso movimento final da 40, pois Mozart explica a si mesmo.

15 de março de 2010

É a aerodinâmica, cazzo!

Instantâneo da dobradinha ferrarista no Bahrein


Um dia depois do Grande Prêmio do Bahrein, uma enxurrada de reclamações de telespectadores lotou a caixa de comentários do site sobre F1 da BBC. Há uma unanimidade: a corrida de ontem foi chata, muito chata. A FIA conseguiu o que parecia ser uma proeza: tornar a F1 mais previsível do que já era. Este é, segundo as notícias que pipocaram aqui e ali, um consenso até mesmo entre equipes e pilotos. Quase todo mundo acha que o problema está no novo regulamento.

Havia uma grande expectativa com a nova regra de banimento do reabastecimento. A ideia, teoricamente, é boa. Com o reabastecimento, a F1 viu 15 anos de trocas de posições nos boxes, graças mais aos estrategistas do que ao arrojo dos pilotos. Banindo esta variável, quem quer superar um rival deve, forçosamente, ultrapassá-lo na pista. Esperavam-se disputas por posição no fim da corrida, em que pilotos e carros que tivessem um consumo mais elevado dos pneus se vissem em dificuldade de segurar um carro mais rápido. Nada disso veio. Pelo contrário: o que se viu foi uma grande preocupação em poupar o equipamento. Os pilotos eram instruídos a não andarem muito próximos do carro da frente, pois a turbulência diminui a aderência e superaquece o motor. Com menos aderência, maior o uso da borracha. Correr o risco de danificar o motor também tem uma grande conta a cobrar: punições com perda de 10 posições no grid para quem usa mais do que seis deles durante a temporada. Já falam em tornar obrigatórias duas trocas de pneus, e não mais apenas uma.

Não quero dar uma de quem sabe mais do que o Schumacher ou os chefes de McLaren e Red Bull, para quem as novas regras aumentam o caráter processional da F1. Mas meus dois cents sobre essa questão estão aqui: o problema, como sempre, não é a ausência do reabastecimento ou qualquer outra coisa. É a dependência aerodinâmica dos carros de F1.

Quem acha que a volta dos reabastecimentos pode tornar as corridas mais interessantes parece não se lembrar de como eram as corridas até o ano passado. Ok, havia trocas de posição, mas não na pista. A única imprevisibilidade estava em saber quanto de gasolina o sujeito iria colocar na primeira parada. Todo mundo sabia com quantos kilos de combustível cada um dos pilotos estava largando e, salvo um ou outro caso especial, depois do primeiro pit já se previa de maneira acurada as primeiras colocações no fim da corrida. Se dois carros em estratégias diferentes se deparavam na pista, o mais rápido não tinha condições de ultrapassar, mesmo 1 ou 2 segundos mais rápido que o da frente. Este só seria ultrapassado nos boxes, pela estratégia.

Por que era (e continua sendo) tão difícil ultrapassar? Há vários fatores, entre eles os hiper-eficientes sistemas de freio - que permitem frear praticamente dentro da curva, dando pouco espaço para o ataque na frenagem, fundamental em 9 entre 10 movimentos de ultrapassagem entre carros parelhos (frear mais dentro do que todos os outros é o que tornava Senna um dos ossos mais duros de roer numa pista de corrida). Mas o fundamental é a enorme dependência aerodinâmica na aderência dos carros. Andar muito perto do carro à frente - pré-requisito para a ultrapassagem - é quase impossível porque pega-se toda a turbulência deixada para trás. Desse jeito, a aerodinâmica de quem tenta pressionar o da frente não funciona direito, o carro gruda menos na pista e sua velocidade nas curvas - especialmente nas de alta - cai.

Até 2008, os pneus tinham sulcos que diminuíam sua importância na aderência. Uma das primeiras medidas do Comitê da Ultrapassagem (ou algo do gênero) criado pela FIA foi trazer de volta, em 2009, os pneus slicks e sua área de contato maior com a pista. Isso aumenta a aderência mecânica e diminui a dependência aerodinâmica. Outra mudança para 2009 foi a drástica reforma do design aerodinâmico dos carros, que passaram a ter um aerofólio dianteiro maior e o traseiro, menor, além de banir aquele monte de aletas e penduricalhos que deixavam os carros com um visual esquisito.

Tudo isso era ótimo e prometia disputas na pista. Mas uma "leitura diferente" do regulamento deu à Honda uma solução criativa para driblar a ineficiência aerodinâmica do novo design: os difusores duplos. A Brawn passeou em 2009, em grande parte, graças aos seus difusores. Aprovado pelo FIA, o difusor da ex-Honda foi copiado por todo mundo e, hoje, é uma peça fundamental na manutenção da aerodinâmica excepcional dos F1. O equilíbrio continua sendo responsabilidade da aerodinâmica, e o desequilíbrio, de sua ineficiência quando o carro enfrenta a turbulência de quem vem à frente. Não há habilidade, arrojo ou pneus em melhor estado que compensem essa desvantagem. Não vai ser um pit-stop a mais, a volta do reabastecimento ou motores ilimitados que vão corrigir essa falha. Não sou engenheiro, mas me parece bem claro que a melhor solução é diminuir o arrasto aerodinâmico e incentivar a aderência mecânica, alargando os pneus e aumentando sua área de contato. Diminuir o poder dos freios também seria ótimo.

De toda forma, não podemos esquecer que essa foi apenas a primeira corrida da temporada. E foi num circuito horrendo, que só permite ultrapassagem em corrida de F3 pra baixo. Eis um outro fator, menor se comparado à aerodinâmica, da falta de disputa na pista. Sou otimista e acho que as procissões tendem a acabar quando chegar a hora de pistas mais interessantes, como Spa e Interlagos. Que, infelizmente, estão em extinção - cortesia de Bernie Ecclestone e Herman Tilke.

De resto, é rezar pra chover.

14 de março de 2010

1 - Bahrein (corrida)


Era previsível que o Alonso conseguisse passar o Massa na primeira curva. Largou na parte boa, tracionou melhor, a segunda perna do S era pra esquerda e ele ficou por fora, inteligentemente. Na largada, dos 8 primeiros, todos os que largaram na parte limpa ganharam a posição de quem largou uma posição à frente, no sujo.

Não gosto desse espanhol. É cheater e é apoiado por uma imprensa mais baba-ovo do que a Globo na época do Senna. É excelente piloto também, mas o Massa tem muita chance de brigar de igual pra igual durante o campeonato. Sem pachequismo, torço muito pro Massa entubar o Alonso.

Vettel foi brilhante, de novo. Não deu pra entender (contrato?) o motivo da Red Bull ter continuado com o motor Renault (havia fortes indícios de que a equipe tivesse os motores Mercedes pra esse ano). Foi o ponto fraco na disputa pelo título no ano passado. Tende a ser o deste ano também.

A corrida do Vettel, hoje, me lembrou um pouco o que o Senna passou com a Lotus em 85/86. O chassis era bom, mas o motor afundava. No caso do Senna, o maior problema era consumo. No do Vettel, confiabilidade. Para ambos, o problema se chamava Renault.

O "menino Vettel" é o melhor, mais talentoso, piloto do grid atual. O que ele fez pra segurar o Rosberg no final, com o motor miando, não tá no gibi. Minha torcida é pra ele ser campeão esse ano.

Como no treino, Button só vai enxergar o Hamilton de luneta esse ano. Vai passar pra história como outro Damon Hill.

E o Schumacher? Deve estar se perguntando: onde é que eu fui me meter? Todo mundo que gosta de automobilismo, lá entre os anos 2000-2004, devia sonhar com uma F1 mais parelha em que o Schumacher tivesse que derrubar uma ou outra gotinha de suor pra conseguir alguma coisa. Tomara que acerte a mão, o queixudo. Aí teremos o prazer de vê-lo repetir coisas geniais, como Imola/2005.

A corrida, em si, foi desapontadora. De quê adianta, FIA, constituir um "comitê da ultrapassagem" e todo o esforço pra diminuir o arrasto (além de abolir o reabastecimento) se permitem difusores gigantes que impedem o povo de andar mais colado no carro da frente? Por mais um ano, vamos assistir às mais caras e velozes procissões do mundo.

Um dia nas corridas (2)

Isso aqui é mais selvagem do que Villeneuve vs Arnoux em Dijon/79.

13 de março de 2010

1 - Bahrein (treino)


Massa 1 x 0 Alonso. Mais de 0s3, sem diferença de combustível. Pena que vai largar na parte suja e, por isso, tende a perder a posição na primeira curva.

Se o Felipe tiver um pouco da sorte que lhe costuma faltar, entuba Alonsito nesse mundial.

E aguente a imprensa espanhola.

Outro que venceu a primeira batalha psicológica contra um monstro foi Nico Rosberg. 0s2 em cima do queixudo. Enferrujado, Schumacher ainda não é o mesmo. Vettel continua sendo Vettel e cravou a pole, sai do lado mais limpo da pista, e tem tudo pra vencer amanhã.

Hamilton, por sua vez, vai dar uma luneta pro Button todo treino.

E temos oito candidatos plausíveis à corrida de amanhã.

Tabela de tempos, aqui.

12 de março de 2010

ComCiência, update de março


Está na rede o dossiê do mês de março da Revista ComCiência. O tema é "Música e Ciência".

Minha colaboração, neste mês, foi com uma resenha de um livro de divulgação científica muito interessante: This is Your Brain on Music: the science of a human obsession, do neurocientista (e músico) Daniel Levitin.

Descontem o título meio corny da resenha. Não consegui bolar outro melhor.


O maestro e compositor estadunidense Leonard Bernstein, que tinha um profundo interesse nas relações entre música e linguagem, gostava de reafirmar o poder metafórico da música, um instrumento para a tentativa humana de nomear o que não pode ter nome e conhecer o insondável. Numa de suas famosas palestras nos anos 1970, em Harvard, disse que “a música tem o poder da expressividade e o ser humano tem a capacidade inata de responder a ela”. Quase quatro décadas depois, a ânsia por entender nossa relação com a música se mantém intacta, mas incorpora agora os avanços das neurociências, que criaram ainda mais questões: como funciona o nosso cérebro quando estimulado pela música? Como se dá nossa compreensão dos estímulos musicais? Como nosso cérebro desenvolve a música? Por que nós, humanos, a criamos? Essas e outras perguntas são o assunto do livro This is your brain on music: the science of a human obsession, do músico e neurocientista Daniel Levitin.

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Edit:

1. Para quem se interessou pelo This Is Your Brain on Music e está sem grana pra comprá-lo na Amazon, vai aqui um link onde você pode encontrá-lo em PDF. Se você gostar do que ler e tiver grana suficiente para comprar o livro, compre-o.

2. Quer ver o próprio Levitin apresentando o livro? Clique aqui (talvez só funcione no Internet Explorer).

Um golaço (2)

Não sei o que é melhor nesse gol: se os dribles no meio campo, a finalização magistral ou a reação hilária do Cantona.




Em homenagem ao Manchester United, que humilhou o Milan na quarta.

11 de março de 2010

Chance, o jardineiro

Chance Gardner flutua


Acabo de assistir a um filme bonito, muito bonito. Being There, de 1979, um dos últimos trabalhos do Peter Sellers. O grande Peter Sellers! A cena de outtake, nos créditos finais, é engraçadíssima. (Eu ia dizer: comovente. Mas seria injusto. Comovente é a morte, nunca uma interpretação de Peter Sellers).

O filme retrata um idiota, um sujeito alienado, que involuntariamente transforma mal-entendidos em sucesso social. Esse plot, que Forrest Gump vai explorar uns 15 anos depois, me parece ser o de menos. Nas entrelinhas, acho que está a noção de que discurso algum, por mais certo que seja, por mais sentido que faça, jamais terá realmente qualquer sentido real. Talvez o filme seja uma alegoria sobre isso.

Me identifiquei com o personagem. Acho que sempre fui discriminado pelo meu jeito aéreo. Sou um viajandão, segundo um jornalista, colega de classe. Nunca consegui uma sociabilidade de que me considerasse merecedor. Quando fiz parte de uma turma legal (da qual escolhi me desfazer), me sentia amado e admirado, mas ao mesmo tempo uma pulga me beliscava atrás da orelha: será que estou interpretando errado a forma como me vêem? Será que não sou um idiota? Será que tenho alguma noção de como sou percebido pelos outros? E se eu soubesse que sou o oposto daquilo que penso ser? Steve Carell, falando sobre seu personagem Michael Scott, do The Office, disse que Michael é "uma típica pessoa que, se tivesse uma mínima noção do quê realmente é, sua cabeça explodiria". Será que um dia minha cabeça vai explodir? Essa pulga sempre esteve comigo, e temo que nunca vai me abandonar.

É aí que termina minha identificação com Chance, o jardineiro. Ele sequer desconfia que seja um idiota, alienado, bobo. Sua vida são as plantas, as flores, as árvores, é leve, flutua. Sua absoluta ingenuidade o impede de ver, inclusive, sua crescente importância social. Por isso, ele não tem contas sociais a pagar. Não conhece, nem teme, a autoridade. Sua ânsia por ser aceito e reconhecido não existe. Tudo o que precisa é de um jardim.

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PS: Não quero ser um outrista que, segundo o Luis Fernando Veríssimo, sempre tem alguma outra coisa melhor em alternativa a algo estabelecido: "tá certo, o Rooney é bom, mas excelente mesmo é o Finazzi". O discreto Being There é muito, muito melhor do que seu popular parente, Forrest Gump. Link para o torrent, aqui.

9 de março de 2010

Uma noite na ópera (1)

Para estufar esse filó como eu sonhei
Só se eu fosse o rei



Quisera eu ter qualquer sentimento diagonal, pra rasgar o chão e costurar a linha.

7 de março de 2010

Um dia nas corridas (1)

Comecemos pela mais absurda decisão de título da história.

Pobre Massa.

6 de março de 2010

Clichês

Lendo uma crítica do filme novo do Scorsese, encontrei uma frase do Umberto Eco:
“Two clichés make us laugh but a hundred clichés move us, because we sense dimly that the clichés are talking among themselves, celebrating a reunion."

4 de março de 2010

Um golaço (1)

Faz muito tempo que eu estava tentando reencontrar esse gol. Não lembrava o nome do jogador. Era o genial Matt Le Tissier.



Le Tissier não é um "one hit wonder", não. Ficou a vida toda no Southampton, mas marcou alguns dos gols mais bonitos da história.

Seções

Enquanto engreno o blog aos poucos, vou copiar descaradamente o Pedro Dória (o melhor blogueiro do Brasil, já que o Hermenauta aposentou). Haverá três seções semanais com algum vídeo ou música, com ou sem texto meu, para o caso de eu não ter inspiração ou tempo pra escrever alguma coisa. São elas: "um golaço" às quintas, "um dia nas corridas" aos domingos e "uma noite na ópera" às terças.

O Dória coloca estantes bizarras e mulheres nuas semanalmente. Mas ele tem grana pra sonhar com estantes e não deve ter uma mulher brava em casa.

ComCiência, update de fevereiro

Tinha me esquecido de colocar os links para a edição de fevereiro da Revista ComCiência, do Labjor/Unicamp. Dessa vez, o dossiê aborda a Aprendizagem Baseada em Problemas, ou Problem-Based Learning (você encontrará muita informação sobre isso com a sigla PBL).

Como sou um cara desconfiado, no momento em que ouvi falar do assunto já me veio à cabeça algumas coisas relacionadas à palavra moda. Cá entre nós, em algumas áreas, o PBL me pareceu um ritual de como domesticar futuras oferendas de sacrifício ao Deus Mercado. Sabe como é, precisamos formar sujeitos pró-ativos, menos teóricos e mais práticos, blá, blá, blá.

Não por acaso, meu texto acabou saindo bem mais crítico do que a média da edição.
Semana que vem sai o dossiê Ciência e Música. Bem mais interessante, não é?

3 de março de 2010

Olá!

A quem interessar, este blog está de volta. O intuito é, como sempre, falar sobre tudo e nada ao mesmo tempo. E apenas quando der na telha - só pra desopilar o fígado, como se diz.


De onde você vem?