27 de abril de 2012

Que pena…

“When Barcelona reached the 1986 European Cup final, a 15-year-old ballboy raced on to the pitch and pleaded with Victor Muñoz, scorer of the decisive penalty against Gothenburg in the shootout, for his shirt. The ballboy was Guardiola. During one match against Madrid he ran up to the referee and told him he was playing with the emotions of an entire nation, and he was not talking about Spain. When Andrés Iniesta was a kid, there were two posters on his wall at La Masía: one was of Catherine Zeta Jones, the other was Pep Guardiola. Cesc Fábregas still treasures the signed Guardiola shirt he was given as a youth-team player at the club.”

Guardiola saiu. Guardem os VTs.

19 de abril de 2012

Gangsta rapping on hell´s door

Aperta o cerco sobre Rupert Murdoch: http://www.independent.co.uk/news/uk/crime/hacking-scandal-the-net-tightens-on-the-murdochs-7661722.html

Para onde vão os enormes e desproporcionais gastos militares da Grécia?

 

“The imbalance has spawned speculation that peripheral countries in Europe with vulnerable frontiers likesuch [sic] as Greece are being exploited in terms of defence spending by wealthier states at Europe's core.”

Aqui, ó: http://www.guardian.co.uk/world/2012/apr/19/greece-military-spending-debt-crisis

Aos vencedores, conjecturas extravagantes sobre méritos inexistentes


Fortune favors the bold. Not!
Borat

Entre as muitas coisas que me incomodam no palavrório da imprensa esportiva nas análises pós-jogo é como a (legítima) busca por conjecturar os motivos de um placar de futebol está se tornando uma (preguiçosa e ilegítima) obrigação de conceder ao vencedor mais mérito do que teve.

É notório que o futebol não é um esporte em que o placar final sempre traduz a medição de força entre dois times. Nem sempre o melhor vence. Isso basta, sem precisar repetir o truismo de que futebol é bola na rede, para que observemos como a ânsia por identificar mais mérito do que existe em todo vencedor está levando a imprensa esportiva a procurar explicações bizarras para placares “injustos” ou “ilógicos”.

O que aconteceu ontem em Stamford Bridge e a cobertura do Guardian ilustram o meu argumento.

Admiro muito o setor esportivo do Guardian. Os textos são saborosos, as análises são geralmente sóbrias, sem patriotismo ou outras paixões que acometem a imprensa esportiva espanhola. Mas dois textos de análise pós-jogo sofrem desse mal de que estou falando: o primeiro elogia coisas como o trabalho disciplinado do time todo do Chelsea no setor defensivo, o segundo fala em “soberba disciplina” dos blues.

Como quem acompanha futebol sabe, o Barcelona dominou amplamente o Chelsea em plena casa do adversário. Dominar não é apenas uma definição de “ter mais posse de bola”, mas também criar mais chances de gol, impedir que o adversário tenha a bola e jogue, pressionar o outro time em seu campo de defesa. O Barcelona fez isso o jogo todo e saiu derrotado por 1 a 0, fruto da única chance de gol que o Chelsea teve. Se alguma análise racional do jogo é possível, a única coisa que se pode falar com segurança é que o resultado se deve ao faro de gol de Drogba e à incompetência das finalizações do Barcelona. E só. Mas a análise tática de David Pleat, por exemplo, propõe que o mérito seja todo do sistema de Di Matteo, “compacto, disciplinado e comprimindo o espaço defensivo, quase parando o ônibus [na frente do gol]”.

Pleat alega que a troca de passes do Barcelona não conseguiu penetrar a defesa do Chelsea. Como não? Foram muitas chances claras de gol, duas delas com Alexis recebendo passes por cima da defesa do Chelsea. A primeira bateu na trave, a segunda foi pra fora. Fábregas também teve uma com bola em profundidade, venceu Cech, mas o zagueiro salvou em cima da linha. E assim por diante. Isso não é penetrar a defesa do outro time? Mesmo confrontado com um busão parado na entrada da área, o Barcelona furou, sim, a defesa adversária. Mas não balançou as redes. O Barcelona perdeu e também não existe tal coisa chamada vitória moral. O Chelsea ficou com o 1 a 0 e é isso o que importa no futebol. O Chelsea venceu e está perto da final. Essa é a melhor, a única verdadeira, recompensa dos vencedores. Não precisam de mais nada, de nenhum elogio.

O que precisa ser dito é que o Chelsea e todo time inferiorizado dentro de campo mas superior no placar final não precisam que méritos falsos lhes sejam atribuídos ad hoc. Vitórias e derrotas acontecem e, muitas vezes, nem uma e nem outra são realmente merecidas. Assim é o futebol e, com o perdão da reflexão de boteco, assim é a vida.

Parte do problema é a tentativa de arrumar explicações complexas para coisas simples. Quando o assunto é futebol em sua manifestação mais extraordinária e caótica (caso do jogo de ontem), talvez seja melhor ficar com tautologias e irracionalidades em vez de rabiscar e rebuscar a prancheta em busca de um modelo explicativo. Proponho, portanto, duas “explicações” para o que aconteceu ontem.

A primeira é: o Chelsea venceu porque fez um gol e o Barcelona não fez nenhum.

A segunda: é tamanha a quantidade de pequenos detalhes e a sua combinação definindo a ausência de gol do Barça que algo do tipo vai demorar pra acontecer de novo. Ao contrário do provérbio latino, a sorte sorriu para os fracos.

18 de abril de 2012

Afegã Muçulmana Xiita

Segundo o Uol, a menina da foto que ganhou o Pulitzer chama-se Afghan Shia Muslim. Não estou brincando: clique aqui e vá até a legenda da foto. Ou clique aqui para ver um print screen.

É o mesmo que legendar uma imagem de uma menina brasileira dizendo que ela se chama Brasileira Cristã Evangélica.

O nome da menina é Tarana Akbari. Veja na legenda da foto aqui. Na certa o retardado viu uma legenda como essa e achou que as primeiras três palavras fossem o nome da menina.

Não foi só um lapso. É claramente sintoma de despreparo intelectual para a profissão.

5 de abril de 2012

A nona em 10 mil vozes

Para lembrar das vítimas do tsunami do ano passado, os japoneses armaram um coral de 10 mil pessoas e tocaram a nona de Beethoven (não sei se inteira… aí embaixo está apenas o último movimento).

É de arrepiar e chorar. Intencionalmente universal, ouvir a nona suscita o que tem de mais próximo da experiência religiosa para quem não é religioso. Adoro o que Beethoven representa, o que essa sinfonia representa, e adorei o que representaram 10 mil japoneses lembrando uma tragédia colossal da maneira mais catártica possível.

Foi uma experiência religiosa sem apelo ao sobrenatural, como dizem.

Lars von Trier estava errado. Quando o mundo acabar, quero ver a Terra derreter ao som da nona.

De onde você vem?