Espetacular e chocante, a matéria de Al Baker no NYT de hoje coloca um enorme ponto de interrogação na cabeça de muita gente que, como eu, vê com bons olhos a implementação de programas de educação especial para crianças que manifestem especial talento ou dote intelectual.
Em resumo: o texto aponta para um enorme desequilíbrio racial, que privilegia brancos e asiáticos, nos programas de educação acelerada da prefeitura de Nova York. O desequilíbrio e o elitismo sempre existiram nesses programas, cujas origens residem num esforço por manter o envolvimento das famílias de classe média na rede pública e que data dos anos 1950; porém, tem havido um crescimento, aparentemente involuntário, da segregação racial por meio de testes que fetichizam a objetividade, desde 2008. As escolas que possuem os programas atendem principalmente a bairros de classe média e de brancos. Os depoimentos de pais de minorias raciais são estarrecedores.
É pra abalar a convicção de qualquer um. Serão realmente factíveis os programas do tipo? Será possível tê-los sem que se reforcem as clivagens sociais e raciais?
Se você se deparar com o paywall do NYT, pegue aqui a matéria inteira em PDF.
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