10 de janeiro de 2013

Notas sobre a passagem naturalista de Árvore da Vida

As imagens selecionadas do universo, muitas delas, são clichês, batidas, usadas à exaustão em vídeos de divulgação científica (como a cabeça de cavalo, a nebulosa planetária do olho do gato, a galáxia do sombrero). Isso denunciaria alguma falta de familiaridade de Malick com a astronomia? Ou apenas uma forma dele trazer esse universo para mais perto daquilo que é conhecido pelo grande público? Se sim a essa última pergunta, por quê? Não seria melhor mostrar o universo em toda a sua estranheza e não apenas em seu esplendor, propositalmente para causar ohs e ahs de pseudo-admiração - pois já desbotada: causam um "ai que lindo" saindo da boca e só.

Agora, o Sol e os planetas nascendo são uma coisa lindíssima...

A sequência escolhida para coisas como a origem da vida ou o asteróide de Chicxulub, tudo isso mostra a preocupação em emoldurar o filme com a visão científica. Mas por que a escolha de eventos tão clichês como a colisão do asteróide e os dinossauros? A extinção do limite K/T (65 milhões de anos atrás) não é mais ou menos importante do que qualquer outra das cinco conhecidas extinções em massa dos últimos 500 milhões de anos. Isso leva o filme a parecer mais uma aula de ciências (pelo didatismo e pela escolha de eventos célebres) e menos uma apresentação que emule ou recrie a estranheza da natureza ao homem, ao mesmo tempo que o vincula completamente a ela.

Agora, a sequência dos dois dinossauros é soberba...

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