Eis a mais fantástica introdução que eu já vi para uma crítica musical:
We used to listen to music in an entirely different way. There was once a time when music was organized into 45- to 75-minute chunks-- often a few standout tracks padded with a lot of mediocre filler, but occasionally designed so that the parts built up a larger structure. Used to be, people would sit down and listen to that lengthy piece of music from front to back in one sitting, resisting the urge to jump to their favorite parts or skip over the instrumental interlude that served as grout between two fuller compositions. These antiques were called CDs. Here's a story about the last of its kind.
Vejam agora como Jonathan Swift imagina um relatório de dois pequeninos seres sobre um objeto, para nós, muitíssimo familiar. O objeto de Gulliver tinha
uma grossa corrente de prata, com uma maravilhosa espécie de engenhoca na ponta. Mandamos que tirasse aquilo que estava pendurado na corrente: era um globo feito metade de prata, metade de um metal transparente. Pelo lado transparente vimos certas figuras esquisitas traçadas num círculo; julgamos que lhes poderíamos tocar, mas os dedos foram retidos por uma substância luminosa. Ele levou essa engenhoca aos nossos ouvidos; ela fazia um barulho incessante, semelhante ao de um moinho d’água. E conjecturamos que, ou é qualquer animal desconhecido, ou, então, o deus que ele adorava; mas esta última hipótese é mais verossímil, porque nos afirmou, (se nós assim o compreendemos, pois se exprimia muito imperfeitamente), que raramente fazia qualquer coisa sem que o consultasse; chamava-lhe o seu oráculo, e dizia que designava o tempo para todas as ações da sua vida.
Quem tiver interesse em saber mais sobre esse “procedimento literário”, pode ir direto aonde eu o descobri: aqui, e também, aqui.
5 comentários:
que legal.
eu fiz um cruso de metodologia de ensino instrumental de lingua, e a professora deu um texto parecido com esse do relógio, era um texto descritivo sobre uma engenhoca. nós devíamos ler e tentar desenhar a engenhoca. ninguém conseguiu acertar, era um rádio seguro por uma linha num balão flutuante, que um namorado fez pra subir até a altura da janela da namorada e fazer uma serenata. a partir disso a discussão foi sobre metodologias de leitura, de cognição de textos descritivos, e blá.
interessantíssimo.
lembrei tbm de uma crônica, do drummond se não me engano, sobre um cara que esquece o nome do alfinete e descreve ao vendedor o objeto que quer comprar. :)
Você lembra qual crônica que é?
O Voltaire também é campeão nessa arte...
vou caçar no para gostar de ler. e te digo.
A crônica se chama "comunicação", é do Luis Fernando Veríssimo, tá no volume 7 do 'Para gostar de ler'.
http://meupseudonimonativa.blogspot.com/2009/05/comunicacao-luis-fernando-verissimo.html
Putz, Aline, agora que eu vi seu comentário. Muitíssimo obrigado!
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