“Moldando o Vazio” é o nome de um artigo de Paul Goldberger para a New Yorker, estranhamente datado de 12 de setembro de 2011. O texto conta algumas das peripécias enfrentadas pelo processo de reconstrução do Ground Zero (como é chamado aquele trapezóide enorme de que um dia fizeram parte as Torres Gêmeas). O final é bonito:
O memorial abre no próximo dia 11 de setembro.No início do processo de design, [o arquiteto Michael] Arad uniu-se ao paisagista Peter Walker, com quem divide uma sensibilidade minimalista, e eles fizeram do espaço ao redor das duas ‘pegadas’ [das torres originais] uma bonita e contida praça pública, com árvores de carvalho, bancos e postes de luz, dando ao lugar um tipo de ordem calma e firme. Você não o confundiria com um parque tradicional ou uma praça urbana, mas também não é um cemitério. Você sente dignidade e repouso, e vê as formas da cidade renovada nos novos arranha-céus, como deveria. O Ground Zero não pode ser um lugar onde seus pensamentos escapam completamente para a história, como no extraordinário Memorial dos Veteranos do Vietnã de Maya Lin ou no campo de batalha de Gettysburg. Você está no meio da cidade, parte de uma vida urbana que era tanto um alvo para os terroristas de 2001 quanto as vidas de três mil pessoas. As pessoas não mais voltarão, mas a vida da cidade precisa fazê-lo. Quando estiver no parque de Arad e Walker e olhar para as ‘pegadas’ cercadas de nomes com as novas torres por trás delas, você sentirá a profunda conexão entre essas duas verdades.
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