Diante do sofrimento, digo, quase infarto, deste macho ludopédico na rodada da última quarta-feira, matutava, com a pitomba metafísica chacoalhando na boca: será que as mulheres têm um sacrifício do mesmo porte, tão de graça mas ao mesmo tempo tão de verdade como a nossa maluca devoção pelos times do peito?
A minha costela amada ria do meu estado de nervos. Palmeiras 1x1 Sport. O Leão resistia com apenas dez homens em campo no Palestra Itália. Eu respirava por milagrosos balões de oxigênio. Ufa, fim de jogo, o homem de preto, que fizera de tudo para ajudar o adversário paulista, assopra a latinha. Abro a cerveja do guerreiro justiçado.
Fim de jogo e começo da mesa-rendonda caseira. Que loucura essa dos machos pelo futiba. E o que diabo você, mulher, ganha com isso?
Foi ai que lembrei de uma pesquisa sobre o assunto, que vale repeteco. Coisa animadora para as fêmeas. Repare só: a quantidade de testosterona produzida por um homem fanático aumenta 27,6% quando o seu time do coração triunfa. Mesmo que seja contra o Íbis, considerado historicamente como o pior time do mundo.
É um desses estudos malucos feitos pelos norte-americanos. Neste caso, uma turma de acadêmicas da Universidade da Geórgia.
Sim, as mulheres devem tirar proveito desta pesquisa e aprender com os seus parceiros tudo que sempre quiseram saber sobre tiros de meta, meia ofensivos, escanteios e, queira Deus, até mesmo os mistérios da lei do impedimento _uma das coisas mais enigmáticas para as fêmeas.
Um dado cruel da pesquisa, principalmente naquelas fases capengas dos nossos clubes: nas seguidas derrotas, o "homo-fanaticus" perde um tanto da sua capacidade de produzir hormônios (os mesmos 27,6%) e apresenta-se inapetente para o amor ou o sexo propriamente dito.
Agora, as mulheres, que jamais compreenderam o banzo sartreano dos machos derrotados no futebol, podem entender aqueles domingões tristes e monossilábicos.
O pior é que não adianta nada pedir para um sujeito mudar de time e tornar-se mais vencedor. Mesmo com a promessa de 27,6% de testosterona-plus, é mais fácil um homem-que-é-homem mudar de sexo do que de clube.
22 de abril de 2009
De Machus Ludopedicum
Eu aqui envolto na antropologia estruturalista de Lévi-Strauss (o quê!? quem?!?) enquanto a única verdade universal é destilada, como sempre, na mente ludopédica do grande e inimitável Xico Sá. Texto completo, garçom, com fritas - e me vê mais uma dose de colírio alucinógeno porque hoje é dia de Majestoso:
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3 comentários:
Se levarmos em consideração tal pesquisa que diz que:
'a quantidade de testosterona produzida por um homem fanático aumenta 27,6% quando o seu time do coração triunfa'...Acho teremos um problema =)
Hehehehehe
Depois, quando eu falo que Ponte Preta não é time vocês reclamam :)
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