No Pedro Doria Weblog, a desoladora história de Rand, uma adolescente de 17 anos que foi espancada, sufocada, esfaqueada e morta por seu pai e seus irmãos, todos muçulmanos xiitas, em Basra, Iraque. O motivo: ter ousado paquerar um soldado britânico.
A história toda está aqui, em inglês.
Segundo a matéria do Guardian, o pai e os irmãos de Rand não enfrentaram qualquer consequência grave pelo ato ou mesmo desaprovação de seus pares. "Eles são homens e sabem o que é a honra", disse um empregado do governo. Abdel-Qader, o pai, aprova também a morte aos homossexuais, "morte em nome de Deus", diz, alertando os dois filhos machos. Ele também espancou a mãe de Rand, sua esposa por 24 anos, quando ela decidiu deixá-lo ao presenciar o assassinato da filha.
A menina morreu virgem, diz uma amiga. Parece que seus sentimentos não eram correspondidos pelo soldado, com quem manteve curtas conversas durante menos de 4 meses. Não é difícil imaginar o fascínio exercido pelo contato com um estrangeiro, tampouco a empolgação de compreender e ser compreendida numa língua estrangeira: Rand era aluna de Inglês da Universidade de Basra.
Rand foi enterrada sem cerimônia, numa cova improvisada, não sem antes receber gusparadas de seus tios. Seu caso é apenas um dos mais de 30 assassinatos em defesa da honra desde janeiro, em Basra.
Será que o universalismo - nesse caso a noção de que o assassinato de Rand deve ser reprovável de acordo com certos princípios mínimos de direitos universais do ser humano - é realmente uma furada ocidental?
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