23 de junho de 2007

God shave the queen!

O banana-mor segue o protocolo, em cena de A Rainha.


A Inglaterra é um país estranho. Derrotou o absolutismo ainda no século XVII mas, no entanto, é um dos poucos países europeus que mantêm a instituição da monarquia em pleno século XXI. E seu primeiro-ministro, eleito para trazer ventos novos a um país acostumado à doutrina daquela odiosa iron maiden, jogou-a junto com o Império num lamaçal mesopotâmico.

Tony Blair é um banana. Ou, pelo menos, essa é a imagem que fica para nós, o público mundial. Aliás, ninguém sabe, mas pode bem ser que seja essa a imagem que vai ecoar pela História - se é que História com H maiúsculo existe. Certo mesmo é que Tony Blair passa por banana no recente A Rainha.

O filme retrata um dos piores momentos da história recente da monarquia inglesa: a reação fria e impassível da família real, em especial a da rainha Elizabeth II, à morte da princesa Diana. No momento em que a comoção nacional cresce na proporção em que são depositados buquês de flores no Palácio de Buckingham, a rainha se retira com o resto da família para o campo. Boa parte do público inglês se revolta com a monarca, com a falta de uma declaração pública sua sobre Diana e outros gestos simbólicos, como o hasteamento da bandeira a meio mastro, por exemplo. Ali estava uma oportunidade de ouro para questionar os pressupostos da monarquia inglesa. A mulher de Blair e seus correligionários se excitam com a possibilidade do início de um debate público sobre o assunto. E o que faz o primeiro-ministro? Apóia a rainha, dá conselhos políticos decisivos para acalmar a inquietação pública. Demonstra admiração pela postura de Elizabeth - principalmente quando ela corre para salvar sua pele em frente à TV, com o rabo no meio das pernas.

Será que Blair também admira Bush? Será que o banana se empolga com o reconhecimento norte-americano de que não há armas de destruição em massa no Iraque? A julgar por suas decisões e por A Rainha, sim. God save the banana!

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