9 de maio de 2007

Sobre caixas




Assim como quando eu tinha 7 anos de idade, estou com uma caixa de tamanho considerável no colo, louco pra abrí-la e ver o que tem dentro, mesmo que eu já saiba o que é.


Lembro-me vividamente daquele natal de 1987. Lembro com precisão o ano pois, na infância, adotei um método pra apreender a passagem dos anos: a observação dos modelos guiados por Ayrton Senna. Naquele ano, não esqueço, Senna pilotava a Lotus 99T toda amarela, patrocinada pela Camel. Naquele carro, eu vi Senna quase vencer Piquet na Williams, em Monza, sem parar para trocar pneus. Senna pagou um preço alto pela ousadia com uma escapada na Parabólica, no finzinho, que tirou-lhe a vitória. Mas foram coisas como essas que arrebataram milhões. Ali estava alguém para quem valia muito à pena torcer, pensei.


Bem, eu disse que lembrava-me vividamente daquele natal de 1987. Estávamos todos na casa do meu tio, perto da meia-noite. As crianças estavam ganhando seus presentes e eu estava com o coração na boca: ganharia ou não ganharia o Colossus? A expectativa não durou muito, e meu pai colocou aquela caixa quase do meu tamanho no meu colo, uma caixa que eu vinha observando aquela noite inteira, suspeitando que fosse o carro. Quer dizer, eu tinha quase certeza de que era o carro.


Era ele, claro.


Agora estou com essa caixa aqui. Pela primeira vez em muitos anos terei um computador decente pra usar. Obrigado, Tê!



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